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Carnaval

Que comece o carnaval (para alguns, que ele continue)

Personalidades ajudam na maior festa popular do Brasil e completam o álbum das baterias

Publicado em 08/02/2024 às 12:26
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BH reúne multidão de foliões (Foto: Leandro Couri/EM/DA Press/SouBH)

Neste fevereiro, tem carnaval. E olha que ele começou para alguns já no mês de janeiro, contrariando a música de Jorge Ben Jor. Em Minas Gerais, foliões preparam as fantasias, programam os roteiros e afinam os instrumentos para fazer a festa em Belo Horizonte e nas cidades históricas, como São João del Rei e Prados, no Campo das Vertentes.

Mais de 12 milhões de foliões devem passar o carnaval em Minas. Entre eles, alguns personagens já são conhecidos e aqui figurinha repetida completa álbum sim. Natália Carolina, Vilma da Cunha e Rubens Lisboa são destas pessoas: cada qual em sua cidade, eles participam da organização, da bateria e colocam o bloco na rua.

Diferente do interior, onde o carnaval é tradição, a festa começou em Belo Horizonte como um grito político: "ela nasceu da Praia da Estação, um movimento de ocupação do espaço público que surgiu após um decreto do Márcio Lacerda, ex-prefeito da cidade. Ele queria acabar com eventos em praças e a Praia foi a resposta do povo”, explica Natália (37).

A foliã se refere às manifestações que tomaram conta da Praça da Estação, bem no centro da capital. A partir do ano 2010, em diversos finais de semana, o cartão postal de BH era espaço para música, carro pipa e dança. “Era a vida no espaço público que abraçava todas as classes sociais, era uma delícia”, lembra.

Natália Carolina, em Belo Horizonte


Entre os 5 milhões de foliões que escolheram Belo Horizonte para o carnaval de 2023, Natália Carolina pôde ser vista em pelo menos 7 blocos. E para este ano, ela garante que a lista já está quase completa: “Eu tocarei em 4 e devo ir em 2 ou 3 como foliã. Ainda tem alguns poucos blocos em BH com bateria aberta, pode ser que eu acabe tocando também”, conta.

Mais do que uma festa, Nati Carola, como é conhecida, enxerga o carnaval como ato político: é o momento do ano que não importa nada e também importa tudo, são muitas lutas, muitas bandeiras com o grito de me deixa, só quero ser feliz com meu corpo, minha sexualidade, crença, cor, classe social, com quem sou”, descreve ela, que tem como profissão a psicologia.

Nati faz um convite: “vejo muito folião irritado com os atos políticos do carnaval, mas é uma festa política, é uma festa que homenageia pessoas. Carnaval não é só curtição, bebida e putaria. É sobre aprender a conviver e respeitar o espaço público. As histórias precisam ser contadas e serão”, finaliza.

Vilma da Cunha mostra que o carnaval é festa para todas as idades


Em São João del Rei, a festa começa cedo. Nesta última quarta-feira, dia 07 de fevereiro, Vilma da Cunha Rodrigues saiu como porta bandeira no bloco do AAPOI e ASAPAC. Mais do que uma festa, ela define o carnaval como momento de expressão e quando os cidadãos demonstram insatisfação por meio de sátiras, como um grito de libertação.

Ela vai completar 80 anos em junho e se diz muito carnavalesca: “eu já desfilei praticamente em todas as escolas de São João. Sempre desfilei também nos blocos e escolas de cidades vizinhas, como Prados, Tiradentes e Santa Cruz de Minas. Sou muito comunicativa, festeira e costumo frequentar bailes e festas”, conta.

Em 2024, ela desfilará na escola Irmãos Metralhas, mas em anos anteriores já chegou a sair em até 4 grupos. “Quanto aos blocos, pretendo ir em todos os que minha saúde permitir. Escolho alguns específicos para aproveitar mais. Porque vontade e animação é o que não me faltam”, completa Vilma.

Robson ajuda a perpetuar o carnaval em Prados


“Carnaval é a expressão mais rica da cultura brasileira, é a festa do povo. Onde mantemos a velha tradição e também reinventamos e reorganizamos novos meios de brincar.” Estas são as palavras de Robson Lisboa, folião de 29 anos mais conhecido por Rubinho, em Prados, cidade com propriedade para falar sobre tradição no carnaval.

De acordo com ele, nessa época a cidade se divide entre Uca e Gato Preto, escolas de samba representadas pelas cores vermelho e azul respectivamente. Além de desfilar na Uca, ele ainda promete pular carnaval no bloco Me Chama que Eu Vou, no qual participa da organização junto com amigos.

Assim como Natália e Vilma, Rubinho também acredita que a festa tem contornos políticos: “o carnaval é do povo, feito pelo povo e para o povo, onde ocorre toda uma movimentação artística realizada por ele mesmo: costureiras, músicos, desenhistas, carnavalescos, dançarinos, entre outros que vão contribuir para uma identidade própria e de ocupação da cidade”, conclui.

Clique aqui e confira o roteiro dos blocos de Belo Horizonte.

Neste link, você confere a programação de São João del Rei.

E aqui, você fica por dentro do CarnaPrados.

Fotos: arquivos pessoais.

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