Mulher mata amante do marido e serve coração picadinho durante aniversário do cônjuge. Calma que trata-se apenas de um conto interpretado pelo grupo Lendas São Joanenses, na cidade de São João del Rei (MG) e foi destaque no último sábado, dia 19 de novembro. Cerca de 500 pessoas acompanharam um cortejo pelo centro histórico da cidade e conheceram um pouco mais da cultura e riqueza do local.
As apresentações fazem parte das comemorações do aniversário de 16 anos do grupo, que realizou encenações gratuitas para moradores da região e turistas que visitam o município. Ao todo, foram 6 histórias contadas, que tiveram como palco os arredores das igrejas do Pilar, Carmo, Rosário e Mercês, percorrendo toda a extensão da antiga Rua Direita, entre os muitos casarões e calçamento de pedra.
“Acho eventos desse tipo super interessantes, pois movimentam bastante a cidade e nos dão a oportunidade de conhecer as lendas da região”, conta Leticia Albuquerque, uma das espectadoras. Sob a luz do luar, a estudante de História acompanhou as apresentações junto de amigos da faculdade. Segundo ela, os artistas aproveitaram os intervalos entre as peças para explicar sobre a arquitetura das igrejas pelas quais passavam.
Para Cristóvão Vitalino, um dos coordenadores da trupe, um dos objetivos da equipe é cultivar nos conterrâneos um senso de preservação e pertencimento. “Além das lendas, contamos também a história de São João. As vezes, a pessoa passa uma vida inteira morando aqui e não sabe a história do bairro, da igreja que passa todo dia em frente e precisamos preservar esse patrimônio material e imaterial”, explica.
Além do trágico triângulo amoro, a trupe apresentou também outros causos famosos em São João del Rei: O sacrifício, Missa das almas, Bisbilhoteira, O defunto que o diabo carregou e ainda a peça intitulada A noiva. De acordo com Cristóvão, os textos são adaptações do livro Conta que, publicado pela primeira vez no início do século passado, por Lincoln de Souza. Certamente, sua obra será mais uma pauta para o Portal da Cidade.
